sábado, 5 de abril de 2014
A música era como aquelas que os filmes usam para definir sensações oníricas. Vejam só.
Ela ajeitava a cabeça na almofada. Como se aquela almofada fosse desde sempre sua.
O resto do corpo não. Era estranhamento.
Um corpo fora do corpo. Mas no exato lugar onde o corpo desejaria estar, se soubesse onde estava.
Falava-se sobre tiranias. Previa-se um golpe. Golpes trazem consigo mortes.
Ela sabia e ainda assim aninhava-se na almofada.
Gatos rodeavam. Ela sabia-se amiga deles. Lembranças de um passado (remoto?)
Não havia lua. Era frio. Todos acabavam numa estrada. Envoltos a fumaça de poucos cigarros.
Aguardariam tranquilamente o golpe.
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